sábado, 30 de maio de 2009

BOXEO, ESGRIMA E AUTO-DEFESA JUDEA



A partir de 1760, os judeus britânicos começaram a participar no desporto do boxeo. O campeão inglês entre 1791 e 1795 foi Daniel Mendoza, cuja innovadora técnica baseava-se na velozidade e a agilidade mais que na força bruta.


Como o reformador político Francis Place explicava, antes de Mendoza:

Nem os cães não eram tratados na rua do modo em que se tratava aos judeus. Uma circunstância, entre outras, puxo fim ao trato enfermizo face os judeus…[Mendoza fixo-se famoso e fundou uma escola de boxeo para jóvenes judeus]. A conseqüência fixo-se ver e sentir em muito poucos anos. De súpeto deixou de saír grátis insultar a um judeu, agás que fosse um anciano e se encontrasse só…Mas embora os judeus fossem incapazes de defender-se a sim próprios, os poucos que actualmente estariam dispostos a insultá-los simplesmente porque são judeus, poderiam incorrer num grave perigo de escarmento para além da passiva actitude da polícia”.


Portanto, quando os judeus começaram a defender-se, demonstraram que eram merecedores de ser defendidos –e inclusso os gentis de bom coração começaram a defender judeus.


Na década de 1920, nos EEUU, os judeus constituiam o maior grupo étnico adicado ao boxeo profissional –maiormente pelas mesmas razões de penúria económica que o resto dos grupos que orbitavam arredor do desporto das 12 cordas. Os judeus mantiveram a sua prominência nos anos 30, tras o qual a sua participação neste desporto decaiu na medida em que os judeus ascenderam na escala sócio-económica, e acharam modos mais singelos de ganhar-se a vida.


Nos boxeadores judeus achamos o que o historiador Irving Howe denominara “o Novo Carácter judeu”, e que se caracterizava por ser “activo, e não passivo, sujeito, e não objecto, ergueito, e não encurvado, combativo, e não aquiescente”.


O primeiro boxeador estadounidense em desempenhar um papel prominente na esfera pública foi Barney Ross, que ganhou o campeonato nas categorias de pesos ligeiros, junior welter e welter . Retirou-se do boxeo em 1938, ao alistar-se no exército tras o desastre de Pearl Harbor, e resultou ferido em Guadalcanal, ganhando uma Estrela de Prata por rescatar a um grupo de soldados caídos numa emboscada dos japoneses. Tras regressar aos EEUU, Ross jogou um papel decisivo no movimento sionista, pressionando ao Governo americano para que ajudasse aos refugiados judeus, e reclutando gente e fundos para apoiar ao IRGUN (o grupo de guerrilheiros de Menachem Begin).



Em 1915, Louis Brandeis explicava como o sionismo estava modificando o carácter judeu, de modo que os judeus lutassem pelos seus direitos, mais que se submeter ao ánti-sionismo rampante: o efecto do sionismo entre os estudantes judeus das universidades austríacas foi imediato e assombroso. Até esse momento foram despreçados e maltratados. Arrastraram-se na procura de médios de subsistência, desempenhando profissões que ninguém queria, fazendo gala de adaptabilidade, humildade e modéstia. Se eram molestados pelos estudantes “ários”, raramente se aventuravam a devolver o insulto ou exprimir o seu malestar. Mas o Sionismo proporcionou-lhes coragem. Formaram associações, e começaram a praticar esgrima e desportos de força.


Actualmente [1915] os melhores desportistas de esgrima nos corpos de elite alemães vem atónitos como os estudantes sionistas luzem profundas cicatrizes de florete nos seus rostos como qualquer teutão, e que os judeus se encaminham a converter-se nos mais avantajados praticantes de esgrima na universidade. Hoje em dia a kipá vermelha dos sionistas é respeitada em qualquer associação acadêmica”.



DAVID KOPEL

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